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Laminite em cavalos - causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

29 de Novembro, 2019

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Laminite em cavalos - causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

A laminite, chamada popularmente de aguento, é uma das doenças locomotoras mais conhecidas de equinos por aparecer com frequência nas propriedades. Essa enfermidade é caracterizada pela inflamação aguda ou crônica das lâminas do casco, causando dor intensa e desconforto aos animais acometidos.

Pelo fato do casco ser uma estrutura extremamente importante para a sustentação de peso e locomoção dos cavalos, a laminite pode trazer uma série de prejuízos aos criadores. Dentre as principais perdas, podemos destacar o baixo desempenho dos animais atletas, gastos com medicamentos e cuidados especiais com acompanhamento de perto. Confira a seguir quais são as principais causas da laminite, as condições que predispõem o desenvolvimento dessa doença, os sinais clínicos, prevenção e o tratamento da laminite.

Causas

Os principais fatores relacionados com a doença são os distúrbios metabólicos no organismo do animal que promovem a vasoconstrição periférica dos vasos sanguíneos do casco. Ou seja, ocorre à diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos que estão ao redor das estruturas internas do casco, causando um quadro de isquemia (redução ou suspensão da irrigação sanguínea) e, consequentemente, um processo inflamatório. A laminite é uma doença multifatorial, pois não há um motivo exclusivo relacionado com a manifestação dos sintomas. Acredita-se que existem diversas causas que podem levar a constrição desses vasos, sendo a maioria secundária a outra patologia.

Veja abaixo as causas mais comuns:

  • Alimentação indevida com excesso de carboidratos (grãos);
  • Quadros de endotoxemia (acúmulo de toxinas);
  • Baixa concentração de glicose nos tecidos do casco;
  • Enfermidades no sistema digestório (síndrome cólica, processos obstrutivos, etc.);
  • Excesso de peso/apoio em um único membro;
  • Obesidade;
  • Hipotireoidismo;
  • Hiperadrenocorticismo ou Síndrome de Cushing;
  • Administração de alguns fármacos inadequadamente, como os corticosteroides e o praziquantel;
  • Atividades físicas em solos muito duros;
  • Banhos gelados após a prática de exercício;
  • Ingestão de água gelada após prática de exercícios físicos;

Ocorrência

Os animais predispostos a desenvolver a laminite são aqueles que não possuem os cuidados básicos necessários ou que sofrem com um manejo inadequado para a espécie. Estão mais suscetíveis os cavalos que: ingerem carboidratos em excesso, obesos, animais com a imunidade baixa (propensos a ter uma infecção), equinos que passaram por um tratamento com anti-inflamatórios esteroidais ou que apresentam alguma doença endócrina relacionada.

Sinais clínicos

O principal sintoma da laminite é a dor intensa, causada pela inflamação da lâmina do casco. Como consequência da dor na região afetada, também é possível observar: aumento da temperatura na superfície do casco, aumento do pulso das artérias próximas ao casco, animal alterando com frequência a distribuição de peso nos membros (evitando a pata acometida), claudicação (ato de mancar), cavalo apoiando a maior parte do peso nos membros posteriores (de trás), rejeição ao realizar a pinça de casco, resistência à locomoção, tremores musculares, respiração ofegante, aumento da temperatura retal, aumento da frequência cardíaca, mucosas hiperêmicas (mais avermelhadas que o normal), falta de apetite e ansiedade.

Em casos mais graves ou crônicos, a lesão normalmente evolui para uma mudança na anatomia do casco, isto é, a rotação da falange distal. A rotação acontece pela falha na ligação da terceira falange com a parte interna do casco, que somada ao peso do animal e aos movimentos biomecânicos repetitivos, resulta na mudança do posicionamento. É possível identificar a rotação visualmente, pois o osso antecedente ao casco fica inclinado próximo ao solo. É importante lembrar que a afecção pode ser manifestada nos quatro cascos, mas na maioria dos casos isso não acontece. Existe certa predisposição nos cascos dianteiros por conta da distribuição de peso que é maior nos membros torácicos. Outro fator importante é que apesar de não ser uma doença contagiosa, mais de um animal na propriedade pode manifestar os sintomas por receber o mesmo tipo de manejo.

Diagnóstico

O diagnóstico da laminite em equinos pode ser feito através dos exames físicos e da anamnese do animal, relatada pelo proprietário. No exame físico é possível notar os sintomas citados acima associados com a queda de desempenho do animal na rotina. Em relação à anamnese, é possível observar erros de manejo ou sinais de alguma outra doença associada durante a descrição do proprietário. Para confirmar a laminite, existem alguns exames complementares que podem auxiliar o Médico Veterinário a obter um diagnóstico preciso. O exame radiográfico é um deles. Por meio da imagem é possível observar o aumento da distância entre a parte de cima da falange (dorsal) e a parte interna do casco (alteração indicativa da doença). Outro meio de diagnóstico interessante é o bloqueio anestésico dos nervos relacionados, uma vez que após a aplicação do fármaco, o animal para de demonstrar os sintomas momentaneamente. Essa “melhora” rápida sugere um quadro de laminite, mas é preciso ficar atento, pois existem outras doenças que podem ser diagnosticadas com essa técnica. Sendo assim, a análise deve ser feita com cautela e associada aos sintomas apresentados ou a outros exames complementares. Além dos exames citados, existe também a termografia. A termografia nada mais é do que um aparelho que mostra o calor distribuído na região apontada. Quando apontado para a parte inferior do casco, nota-se a prevalência das cores vermelhas, que demonstram calor naquele local. Nesse caso, o calor é justificado pelo processo inflamatório.

Tratamento

O objetivo do tratamento da laminite é impedir a rotação da terceira falange (se ainda der tempo) e diminuir o processo inflamatório na região para aliviar a dor e desconforto do animal. Para isso, é preciso seguir dois tipos de tratamento: suporte e medicamentoso. O tratamento suporte consiste em proporcionar conforto ao cavalo com o uso de palmilhas e ferraduras específicas, camas aconchegantes para descanso, crioterapia (terapia com gelo nas patas acometidas) e repouso abundante. O tratamento medicamentoso deve ser feito em conjunto com o suporte, com administração de anti-inflamatório não esteroidal, analgésico e vasodilatador. É importante destacar que é preciso descobrir a causa principal para que o tratamento seja bem feito. Outras medidas podem ser acrescentadas no protocolo terapêutico dependendo dos sintomas manifestados, como por exemplo, o uso de antibiótico em caso de infecção bacteriana, de fluidoterapia em casos de toxicidade, ajuste na alimentação dos equinos que possuem uma dieta rica em grãos (carboidratos), etc.

A Syntec disponibiliza um produto que pode ser usado como parte do tratamento coadjuvante de laminite em equinos:

BIOTINA F: é um suplemento mineral aminoácido à base de Biotina e é enriquecido com Zinco quelatado, mineral que atua no crescimento e regeneração dos cascos, pelagem, cauda e crina.

O Zinco é um importante aliado para síntese e metabolismo adequado das proteínas. Tem relação com a saúde dos pelos, favorecendo a produção de sebo – o que mantém o pelo mais saudável e brilhante – e também combate a queda do pelo, estimulando a renovação celular pilosa e fortalecendo os fios desde o crescimento. Em relação aos cascos, o zinco oferece uma ação específica sob a formação de queratina.

O Zinco do Biotina F é quelatado, e tem como principais características:

  • Facilidade de ser absorvido em maior concentração pelo epitélio intestinal;
  • Carrear as vitaminas e aminoácidos até o epitélio dos cascos;
  • Proporcionar o estímulo do crescimento, mantendo as características morfológicas, plásticas e funcionais dos cascos.

Prevenção

É possível prevenir a laminite através de um bom manejo nutricional (com pouco carboidrato e suplementação, se necessário), cuidados básicos na realização de exercícios físicos (principalmente animais atletas), não deixando o animal com frequência em solos duros, realizando controle de peso e mantendo atenção nos transportes que costumam ser mais demorados. Além disso, é imprescindível fazer um casquemento correto com frequência.

Referências Bibliográficas

Kaneps, A. J., 2014. Diseases of the foot. Em: K. W. Hinchcliff, A. J. Kaneps & R. J. Geor, edits. Equine Sports Medicine and Surgery, basic and clinical sciences of the equine athlete. St. Louis: Elsevier Saunders, pp. 262-265.

Parks, A. H., 2003. Treatment of acute laminitis. Equine Veterinary Education, 15(5), pp. 273-280.

Rucker, A. & Orsini, J. A., 2014. Laminitis. Em: J. A. Orsini & T. J. Rivers, edits. Equine Emergencies, treatment and procedures. St. Louis: Saunders Elsevier, pp. 697-712.[:]

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